Entenda agora o que é adenóide e os problemas relacionados

Afinal, o que é adenoide? Quais são os problemas relacionados a ela? E se dissermos que você nasceu com adenoide? Calma, não é motivo para preocupação. Ela desempenha uma função bem interessante no seu corpo. Na verdade, todos nós nascemos com ela.

Adenoide é o nome dado à glândula presente na parte posterior do nariz, a qual é composta por tecido linfoide e que por volta dos sete ou oito anos começa a diminuir de tamanho. Como ela fica na parte posterior nasal, acima do palato (conhecido como céu da boca), não podemos vê-la.

Já ouviu falar em carne esponjosa? Então, é a adenoide de tamanho aumentado. Os problemas decorrentes dessa glândula surgem quando o crescimento ultrapassa o normal e ela começa a obstruir a passagem de ar pela cavidade nasal.

Neste artigo, conheceremos os problemas relacionados à adenoide, as causas, os sintomas, os tratamentos adequados e as possíveis complicações. Boa leitura!

A função da adenoide

A adenoide é um tecido que produz células de defesa. Ou seja, protege o nosso corpo de uma série de doenças, como infecções. Sua função, nesse sentido, é a mesma das amígdalas.

Nosso corpo conta com duas adenoides, cuja função é produzir linfócitos e anticorpos. Elas são dois aglomerados de tecido que ficam entre o nariz e a garganta e não podem ser vistos a olho nu. Por isso, o diagnóstico de problemas requer, em certos casos, além da análise do histórico clínico, alguns exames.

É devido à produção de linfócitos e anticorpos que as adenoides têm a capacidade de nos proteger de microrganismos os quais invadem a cavidade oral e nasal. Apesar desse papel de defesa, nos casos em que a retirada cirúrgica é necessária, não são percebidos problemas no sistema imunológico.

As causas do problema

Primeiramente, é importante ressaltar que adenoide não é um problema de saúde ou um sintoma. Pelo contrário, a glândula atua como uma forma de defesa do organismo, que nos protege de vírus, partículas e bactérias, os quais tendem a se acumular tanto na garganta quanto no nariz. Contudo, por que ela aumenta e apresenta problemas?

Em crianças, as causas mais comuns dessa hipertrofia geralmente estão relacionadas às infecções de garganta constantes. Entretanto, alergias, determinadas substâncias e até mesmo refluxo gastroesofágico podem contribuir para esse aumento. Mas tal condição pode não estar relacionada a nenhum dos fatores mencionados e ocorrer de maneira natural.

Já em adultos, a hipertrofia é rara, e quando acontece geralmente está associada aos seguintes problemas de saúde:

  • infecção pelo vírus HIV;
  • linfoma de Hodgkin;
  • câncer;
  • carcinoma de nasofaringe;
  • doenças granulomatosas.

Os principais sintomas

Os sintomas relacionados à adenoide variam conforme o problema apresentado. Em relação à hipertrofia em crianças, por exemplo, alguns dos sinais são:

  • ronco;
  • irritabilidade;
  • problema para respirar pelo nariz, ocasionando a respiração pela boca;
  • agitação, inclusive durante o sono;
  • problemas na audição;
  • doenças pulmonares;
  • alergias;
  • falta de concentração.

É muito comum que as mães cheguem ao consultório com a queixa de que os filhos não têm qualidade no sono. Em muitos desses casos, o que percebemos é um crescimento exagerado do tecido, que prejudica a respiração da criança e leva a problemas como sonolência diurna, transtornos auditivos, dificuldade de concentração, entre outros.

Já em adultos, os sintomas relacionados à hipertrofia na glândula são os seguintes:

  • respiração pela boca;
  • ronco;
  • boca seca ao acordar;
  • irritabilidade;
  • complicações com a respiração;
  • entre outros, a depender da doença que deu origem ao problema.

Esses são sintomas considerados gerais. Contudo, como dissemos, a adenoide nos adultos é indicativo de alguma outra enfermidade. Dessa forma, muitos dos sinais estão relacionados à patologia que causa o aumento da adenoide.

As diferenças entre adenoide em adultos e crianças

Tanto adultos quanto crianças podem ter adenoide. Ou seja, essa forma de proteção faz parte de todos nós e começa a se desenvolver por volta dos dois anos. Normalmente, existe um pico de desenvolvimento quando a criança tem entre três e quatro anos. Alguns problemas podem surgir nesse período, já que o crescimento pode dificultar a passagem de ar. É a famosa hipertrofia de adenoide.

Aos sete anos, começa um processo de atrofiação, ou seja, uma diminuição de tamanho. Entretanto, nem sempre os processos naturais do organismo permitem que esse tecido esponjoso reduza seu volume e é essa condição que leva ao surgimento de problemas na adenoide. Mas eles não estão limitados aos casos de hipertrofia — a adenoidite é um exemplo.

A diferença entre adenoide em adultos e crianças é simples de entender se pensarmos no processo de desenvolvimento. Na infância, por exemplo, o aumento de tamanho é considerado normal. Já na vida adulta, é esperada uma eliminação, o que evita e previne inflamações.

Sendo assim, a hipertrofia é considerada comum quando se trata dos pequenos, até mesmo quando esse crescimento é maior que o esperado. Já nos adultos, é entendida como um quadro clínico que pode estar relacionado a outros problemas de saúde, como mencionamos.

Os problemas relacionados

Os problemas relacionados ao aumento da adenoide são muitos, como:

  • fala com nariz obstruído;
  • dificuldade de respirar;
  • desalinhamento dentário;
  • sinusite;
  • infecções de ouvido;
  • apneia obstrutiva do sono.

A respiração constante pela boca, por exemplo, pode causar modificações na anatomia dentária e da face, as quais resultam em um rosto mais alongado. Esse aspecto é conhecido como síndrome da face alongada, cuja algumas das características são:

  • palato arqueado;
  • lábio superior menor;
  • rosto de aspecto alongado;
  • dentes agrupados.

Em crianças que têm adenoide hipertrofiada e infecções constantes, é comum a presença de problemas relacionados à adenoidite, amigdalite e faringite. Os sintomas dessa primeira complicação são:

  • secreção amarelada pelo nariz;
  • halitose;
  • febre;
  • complicações relacionadas ao olfato;
  • tosse seca;
  • problemas para se alimentar.

A adenoidite de repetição (constantes inflamações nas glândulas), aliás, tende a acarretar problemas como rinite e otite. Febre, tosse seca e secreção amarelada pelo nariz são alguns dos sintomas dessa inflamação.

Há ainda alguns casos nos quais a adenoide funciona como foco de bactérias nos seios da face, o que pode favorecer o surgimento de outro problema incômodo: a sinusite de repetição.

O diagnóstico

Como mencionamos no início deste artigo, em razão da localização, a adenoide não pode ser vista a olho nu como as amígdalas, por exemplo. Por isso, é fundamental procurar o auxílio de um especialista, a fim de obter um diagnóstico preciso e evitar futuras complicações.

Para isso, o médico geralmente consulta o histórico clínico do paciente, analisa os sintomas apresentados juntamente ao seu tempo de duração e, se for o caso, solicita alguns exames, que podem ser, entre outros:

  • rinoscopia;
  • tomografia dos seios da face;
  • endoscopia nasal.

Apenas após a correta identificação do problema, o especialista sugere o tratamento mais adequado, que vai depender do nível de inflamação observada nas glândulas, entre outras questões. Seja qual for a conduta adotada, ela certamente vai promover uma melhora significativa na qualidade de vida, tanto do adulto quanto da criança.

O tratamento

Conforme já apontado, a hipertrofia da adenoide em adultos pode estar relacionada a alguns problemas graves de saúde. Então, nenhum tratamento é destinado especificamente a isso, mas sim à própria doença que causa o aumento da glândula.

Caso seja constatado adenoidite de repetição e o quadro geral seja mais leve, há as seguintes opções de tratamento:

  • utilização de antibióticos;
  • uso de soro fisiológico;
  • uso de solução com corticoide;
  • controle de elementos que podem provocar alergias;
  • redução ou eliminação de alimentos que provocam produção de muco.

A cirurgia de adenoide

Nas crianças, o tratamento depende dos sintomas apresentados e do tamanho da adenoide. Quando há hipertrofia, o espaço ocupado na rinofaringe é maior que 70% e surgem sintomas, como ronco e respiração pela boca, por exemplo. Logo, o tratamento indicado pode ser a cirurgia para remover o tecido.

Conhecida como adenoidectomia, essa cirurgia não é considerada grave. Em geral, ela é rápida (com duração de dez a vinte minutos) e feita com anestesia geral — em alguns casos, as amígdalas também podem ser removidas.

Normalmente, a criança fica internada somente por um período de 24 horas para observação e pode voltar à rotina escolar dentro de uma semana. Alguns pacientes recebem alta no mesmo dia da cirurgia, depois de algumas horas e quando não há complicações.

Em geral, as adenoides são retiradas pela boca com o uso de um aparelho para abri-la e contrair o palato. Um espelho também é empregado para que o cirurgião visualize os tecidos. Existem diferentes técnicas cirúrgicas, logo, cabe ao médico avaliar qual delas é a mais indicada para cada paciente.

Conheça, a seguir, os métodos disponíveis para a remoção das adenoides:

  • a frio: o médico utiliza uma cureta, ou seja, uma lâmina com borda afiada — trata-se de uma técnica convencional;
  • punção: é um instrumento curvo formado por uma lâmina de faca e uma câmara — a primeira retira as adenoides, já a segunda serve para que elas sejam depositadas após o corte;
  • pinça Magill: esse instrumento curvo é empregado nos casos em que há tecido residual depois da remoção com curetas;
  • eletrocautério com sucção Bovie: serve tanto para retirar como reduzir as adenoides — o instrumento é capaz de aspirar sangue e secreções e realizar ainda a coagulação;
  • microdebridador: é um instrumento que tritura e aspira a adenoide — a técnica é considerada avançada, logo, garante um resultado mais preciso e menos traumático, se comparado ao método convencional (o microdebridador permite a visualização videoendoscópica).

As indicações cirúrgicas

Já dissemos que a cirurgia de adenoide é recomendada principalmente para crianças com hipertrofia no tecido, o que leva ao comprometimento da respiração. Aliás, tal quadro gera ainda oxigenação inadequada, dores de cabeça, incômodo na garganta e roncos durante o sono.

Além disso, a intervenção cirúrgica é aconselhada quando o aumento da adenoide causa infecções no nariz, na garganta e nos ouvidos com frequência, entupimento nasal recorrente e acúmulo de catarro no canal auditivo.

Tais condições atrapalham a qualidade de vida das crianças e, ainda, o sono. Os roncos e os despertares noturnos passam a ser regulares. Por sua vez, as noites mal dormidas geram cansaço e comprometem a atenção, o humor e o aprendizado.

Os cuidados no pós-operatório

A região na qual as adenoides estavam localizadas leva algumas semanas para cicatrizar por completo. Porém, ao seguir as orientações necessárias, o paciente costuma evoluir bem. Na maior parte dos casos, a cirurgia resulta em diminuição do quadro de infecções e melhor qualidade de vida.

Sentir dor é comum nos três primeiros dias após o procedimento. Por isso, são receitados analgésicos. Também podem existir indisposição e episódios de vômitos. Contudo, nos casos de sangramento e febre, o médico deve ser procurado de imediato.

Para uma recuperação rápida e tranquila, alguns cuidados no pós-operatório são fundamentais. Veja quais são eles:

  • consumir alimentos líquidos, pastosos e gelados, a fim de ajudar a atenuar a dor e conforme orientação médica — sopas, mingau, purê de batata, caldo de feijão, suco de frutas não cítricas, entre outras opções;
  • fazer repouso e evitar realizar movimentos súbitos com a cabeça, ou seja, é preciso abrir mão das brincadeiras que requerem movimento — opte pela leitura, pela televisão, pelos jogos de tabuleiro;
  • distanciar-se de pacientes com infecções respiratórias;
  • evitar ambientes muito tumultuados, como shopping centers;
  • escovar apenas os dentes da frente nos três primeiros dias — não fazer gargarejos e bochechos com força;
  • seguir à risca os horários das medicações e as dosagens, conforme recomendação médica.

As possíveis complicações

Ressaltamos a importância da criança receber o devido tratamento, já que a falta dele poderá resultar em:

  • complicações respiratórias;
  • problemas para conseguir se alimentar;
  • obstáculos para conseguir ter um sono tranquilo;
  • infecções fortes;
  • problemas para crescer, concentrar-se e ganhar peso;
  • apneia obstrutiva do sono;
  • risco de desenvolver hipertensão arterial.

Vale ressaltar que remover a adenoide é um procedimento o qual não afeta o sistema imune da criança, pois há outros mecanismos de defesa em seu organismo.

Como essa glândula se desenvolve até os sete ou oito anos, ela pode voltar a crescer em alguns casos. Se o seu filho tem infecções recorrentes, alergias, respira pela boca ou se queixa de problemas no ouvido, no nariz e na garganta, busque a ajuda de um especialista, o otorrinopediatra.

Lembre-se de que é muito importante consultar um médico especializado, pois se a criança precisar de uma cirurgia em razão da hipertrofia e não for tratada de maneira adequada, ela pode sofrer sérias complicações, como problemas de desenvolvimento e até mesmo baixa estatura.

Agora sim você sabe o que é adenoide, sua função e as causas de problemas nessa importante glândula. Como pôde perceber, ela faz parte do desenvolvimento natural do corpo humano e auxilia na proteção do organismo. Quando há o aparecimento de sintomas em decorrência de seu aumento, entretanto, é preciso buscar ajuda médica.

Achou o artigo relevante? Se sim, que tal continuar bem informado? Aproveite a visita ao blog e descubra, agora, como a carne esponjosa pode prejudicar a sua respiração!

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